A Polícia Federal deflagrou nesta
terça-feira (19) uma nova operação para aprofundar o envolvimento de militares
das Forças Especiais do Exército em um plano de golpe contra o resultado das
eleições de 2022. A operação cumpre a prisão preventiva de quatro militares das
Forças Especiais, os chamados "kids pretos", e um policial federal
suspeitos de envolvimento nos fatos.
Os militares alvos de prisão são
Hélio Ferreira Lima, Mario Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo
Bezerra de Azevedo. Também é alvo Wladimir Matos Soares, policial federal.
Mario Fernandes ocupava cargo de assessoria no gabinete do deputado federal
Eduardo Pazuello (PL-RJ) e também ocupou postos de confiança durante o governo
de Jair Bolsonaro.
Os indícios colhidos pela PF são
que eles elaboravam um plano de golpe que incluía a execução do presidente e do
vice-presidente eleitos, Lula e Geraldo Alckmin, além do ministro do STF
Alexandre de Moraes, que vinha sendo alvo de monitoramento.
Essas novas provas foram obtidas
a partir da análise do material apreendido com militares alvo de operação em
fevereiro deste ano, para apurar o caso do plano de golpe.
De acordo com a PF, foi detectada
a elaboração de um plano denominado "Punhal Verde e Amarelo", que
seria colocado em prática no dia 15 de dezembro de 2022, com o homicídio de
Lula e Alckmin.
As Forças Especiais são um
batalhão de elite do Exército, com treinamento para atuação em situações de
infiltração em território inimigo e resistência à tortura, por exemplo. As
investigações da PF apontam que militares com esse treinamento atuaram ativamente
no planejamento do plano de golpe. De acordo com a PF, o conhecimento de
técnicas militares foi um dos pontos relevantes para a elaboração do plano
golpista.
"O planejamento elaborado
pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o
desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares
avançadas, além de posterior instituição de um 'Gabinete Institucional de Gestão
de Crise', a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de
conflitos institucionais originados em decorrência das ações", disse a PF
em comunicado à imprensa.
A reportagem procurou as defesas
dos alvos da operação para se manifestar, mas ainda não houve resposta.
Com Portal UOL
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