POLÍTICA COM CRIME: Prefeito é preso por se associar ao Comando Vermelho para coagir eleitores no Ceará - Nosso Oeste - A notícia de todos os lados

Breaking

03 janeiro 2025

POLÍTICA COM CRIME: Prefeito é preso por se associar ao Comando Vermelho para coagir eleitores no Ceará


 

O prefeito reeleito de Santa Quitéria (CE), José Braga Barrozo, o Braguinha (PSB), que foi preso nesta quarta-feira (1º), é acusado de ter feito um acordo com o Comando Vermelho para coagir eleitores que fizessem campanha contra o rival na cidade em 2024. Como pagamento, a facção teria recebido um carro de luxo, diretamente enviado da cidade cearense ao Rio de Janeiro.

 

A prisão do prefeito foi decretada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Ceará, que ainda determinou o afastamento do cargo e ordenou uma busca e apreensão na casa do prefeito. As medidas foram cumpridas pela PF. O vice-prefeito não foi preso, mas afastado do cargo. Outras sete pessoas tiveram mandados de prisão.

 

O MPE (Ministério Público Eleitoral) já entrou com ação pedindo a cassação da chapa, acusando o prefeito de crimes eleitorais.

 

Segundo o TRE, a decisão judicial que mandou prender os oito suspeitos ocorreu porque há "graves violações à ordem pública, exigindo medidas rigorosas para garantir a investigação e preservar a integridade do processo eleitoral".

 

Com o afastamento, o filho de Braguinha, o vereador Joel Madeira Barroso (PSB), que foi eleito presidente da Câmara nesta quarta-feira, assumiu o cargo de forma interina por ser o primeiro na linha sucessória.

 

A coluna não conseguiu contato com a defesa de Braguinha, nem houve manifestação pública do prefeito até agora. O espaço segue aberto para manifestação. Em nota enviada à TV Globo, o prefeito diz que "foi notificado e não há decisão judicial sobre o caso" e que "qualquer afirmação sem o devido esclarecimento do processo legal é precipitada e não condiz com a verdade".

 

Carro levado ao Rio marca acordo

 

Segundo a representação pela prisão feitas pelas Polícias Civil e Federal, a qual a coluna teve acesso, há "indícios robustos de diversos crimes eleitorais, aparentemente praticados por integrantes de organização criminosa armada, com participação de agentes públicos".

 

O principal pagamento desse acordo, segundo a polícia, foi um carro de luxo dado a um líder do CV. A investigação aponta que o carro foi levado ao Rio de Janeiro por servidores de cargos comissionados ligados a Braguinha. O veículo era um Eclipse de cor branca, e teria sido dado a um líder da facção identificado como Anastácio Paiva.

 

Intimidações

 

Logo após o carro ser levado ao Rio, a polícia diz que começaram as intimidações. A representação cita que, no dia 9 de agosto, um integrante do CV enviou uma "mensagem de cunho geral para todos os membros da facção".

 

O recado era claro: quem não apoiasse os grupos políticos indicados por ele "iria sofrer retaliações", com possibilidade de "tocar fogo, dar tiros e quebrar vidros de carros".Em alguns momentos, casas e muros foram pichados com ameaças a moradores que fizessem campanha para rivais do prefeito.

 

Ainda segundo as investigações, o CV ordenou a proibição de qualquer campanha eleitoral dos opositores do prefeito, em especial o candidato Tomás Figueiredo (MDB), que foi impedido de visitar eleitores e realizar atos de campanha.

 

Nem mesmo a Justiça Eleitoral ficou fora das ameaças, diz a representação. "Durante a reunião de treinamento de mesários, o Cartório Eleitoral de Santa Quitéria recebeu uma ligação de um integrante do Comando Vermelho, que ameaçou atacar a unidade do órgão e matar todos os servidores, caso a Justiça Eleitoral não cessasse as decisões desfavoráveis aos 'manos' do CV."

Nenhum comentário:

Postar um comentário